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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Lars Von Trier diz que é o melhor diretor do mundo


"Lars Von Trier" diz que é o melhor diretor do mundo

Extraido da materia de Orlando Margarido
O diretor dinamarquês Lars Von Trier evitou a maioria das perguntas que questionavam a qualidade e até mesmo a existência de seu novo filme mostrado ontem na competição em Cannes. "Não sou obrigado a responder sobre isso, não vejo a razão", replicou diversas vezes ao jornalista que pediu uma explicação ao cineasta sobre o motivo de ter realizado Anticristo.
Ante a insistência do jornalista, que justificava que por estar no Festival de Cannes Von Trier devia uma explicação à imprensa, foi necessária a intervenção do mediador da mesa. Houve algumas tentativas, também frustradas, de voltar a tal questão, mas o realizador se manteve vago e sempre na defensiva.
Mas também houve manifestações de apreço, que quase sempre morriam na mesma atitude monossilábica do diretor. Quando respondia, era para dizer banalidades como "eu não me preocupo com a audiência quando faço um filme" ou "foi a mão de Deus que me fez escolher essa história e realizar esse filme agora".
Há razão para os ataques um pouco mais hostis do que é habitual nessas coletivas com os diretores em competição. O trabalho de Von Trier é singular tanto por um aspecto mais amplo do cinema como específico no que diz respeito a sua obra. Singularidade essa pelo ponto de vista negativo.
Anticristo nem chega a suscitar polêmica pelo material que apresenta tamanha sua aura enigmática - para os que procuram ao menos analisá-lo - e seu puro constrangimento - como preferem outros.
E o que levou Von Trier a dedicar o filme ao cineasta russo Andrei Tarkovsky (1932-1986). "Para mim ele era deus", comentou. "A primeira vez que vi um filme dele, The Mirror (O Espelho), entrei numa espécie de êxtase. Encontro entre meu trabalho e o dele uma relação religiosa." Em seguida, ele lembrou que Tarkovsky assistiu ao seu primeiro filme (provavelmente referia-se a O Elemento do Crime) e detestou. "Mas isso não me preocupou."
A entrevista seguiu morna até que uma nova pergunta fulminou o realizador com a questão de ter feito um filme que a maioria da platéia não entendeu. "Não tenho que explicar nada; fiz o filme porque sou o melhor diretor do mundo." Reconhecendo a própria pretensão e as risadas que provocou na platéia, Trier recuou. "Bom, sei que muitos diretores pensam o mesmo de si; não estou certo de que seja o melhor, apenas sinto isso."


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